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ESTRESSE

O estresse é uma reação ancestral e evolutiva do nosso corpo que o prepara para lutar ou fugir: diante de alguma situação que consideramos ameaçadora, imediatamente nosso organismo entra em estado de alerta para que possamos enfrentar o desafio. Muitas são as “ameaças” da vida moderna que podem disparar a reação do estresse. São os chamados estressores:

  • Problemas financeiros, desemprego ou medo de perder o emprego;

  • Excesso de trabalho, exigência muito elevada;

  • Doença crônica e cuidados com doentes crônicos;

  • Descoberta de doença grave;

  • Filhos, excesso de demandas, entre outros fatores.

A lista é infinita, pois os estressores podem ser qualquer situação: depende da avaliação da pessoa de que aquilo é algo ameaçador ou perigoso. Em suma, o estresse é um mecanismo adaptativo do homem para lidar com inimigos ou animais que evoluiu junto com a sociedade e, à medida que nosso contexto foi ficando mais complexo, a reação de stress passou a ser ativada diante de “lutas” e “perigos” sociais.

A reação física de estresse (taquicardia, suor, aumento da pressão arterial, etc.), vem acompanhada de uma reação psicológica: tensão, ansiedade e/ou medo. Em teoria, a reação de estresse deveria ocorrer e passar, pois tem o objetivo de nos ajudar a lidar com situações pontuais. Porém, o que vemos é que, no mundo atual, as pessoas estão sendo demandas por uma performance cada vez maior em todos os setores da vida. Ao mesmo tempo, estão expostas da diversos riscos e violências, tornando o cotidiano uma fonte ilimitada de estresse.

Se o corpo e a mente não relaxam, a pessoa fica exposta, constantemente, a situações de altas exigências, o corpo começa a se cansar e essa fadiga pode chegar à exaustão. Os sintomas ligados ao estresse podem variar de pessoa para pessoa e depende do nível de estresse em que ela se encontra. Alguns possíveis sintomas são cansaço, desânimo, irritabilidade, insônia, aumento da pressão arterial, taquicardia, isolamento social, depressão, mau humor, ganho ou perda excessiva de peso, entre outros.

Quando esses sintomas persistem, começam a afetar a vida da pessoa, o rendimento no trabalho ou estudos pode ser prejudicado, pode haver perda de apetite sexual, ejaculação precoce ou impotência, as brigas com pessoas próximas se tornam mais frequentes, nervosismo acentuado, etc.

Como a terapia pode ajudar a reduzir o estresse?

Num primeiro momento, trabalhamos no acolhimento dos desconfortos e sofrimento relacionados ao estresse. Nas sessões de análise, o paciente encontrará um espaço em que ele pode falar de suas angústias, sentimentos, dúvidas e sentir-se acolhido e reconhecido na sua dor. O espaço da escuta empática, o reconhecimento e o acolhimento atuam de modo a trazer o primeiro conforto nesse momento de dificuldades. 

Uma das tarefas importantes a ser desenvolvida é poder identificar os estressores, ou seja, aquilo que deixa a pessoa estressada. Trabalhamos a compreensão de como a pessoa lida com esses estressores e o que torna aquilo estressante ou não. E juntos, buscamos encontrar outras maneiras de se lidar com essas adversidades. Nas sessões de análise - embasamento teórico na Psicanálise - o paciente encontrará um espaço em que ele pode falar de suas angústias, medos, expectativas, dúvidas, enfim, de seus sentimentos e pensamentos recorrentes. A possibilidade de falar sobre suas dificuldades livremente, sem se sentir julgado ou cobrado, pode ajudar a trazer conforto nesse momento de crise e atenuar os sintomas mais agudos.

Ao longo do processo de análise, o paciente vai entrando em contato com sua própria história, seu modo de lidar com as dificuldades, com as pessoas, a maneira que faz escolhas, enfim, o modo como tem vividos suas experiências. Essas observações ajudam a pessoa a perceber como ela vai conduzindo sua vida e de como ela chegou nesse contexto que a deixa tão ansiosa. Com essa compreensão, o paciente se vê mais capacitado a construir uma vida mais saudável e satisfatória para si mesmo.

Além disso, a análise também tem como um dos seus objetivos acompanhar o paciente na construção de um sentido para sua vida, o significado de seus sofrimentos e tornar suportável as pequenas infelicidades inevitáveis da vida cotidiana. Outro objetivo importante na análise é ampliar as possibilidades na vida do paciente, de modo a se libertar de fixações que o levam ao sofrimento. Essas construções apontariam para seu bem-estar ou se assim quiser chamar, de "felicidade", por que não?

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